Brígida
Baltar


PASSAGEM SECRETA

6ª edição
07 de junho a 26 de agosto de 2007

Toda passagem diz respeito a algum tipo de travessia que leva de um lugar para outro. A que passagem se refere Brígida Baltar quando intitula sua intervenção Passagem Secreta? A obra da artista trata de uma travessia entre ela e ela mesma.

Por isso Brígida Baltar foi levada a uma experiência de “desconstrução” da matéria, que eu prefiro chamar “desmaterialização” da exterioridade, que fez com que escavasse as paredes de sua casa para transformar os tijolos em pó; para encontrar nesta ação a matéria de seu espírito.

Diante das certezas de um mundo organizado que a Fundação Eva Klabin traz da realidade de outro tempo da arte, a artista escolheu trabalhar no Hall Principal com o intuito de que o visitante a acompanhasse, assim que entrasse na casa, na travessia entre o seu mundo de indiscernibilidades e o mundo de estabilidades de Eva Klabin.
Passagem secreta é um convite para fazermos a travessia entre a arte da representação clássica da coleção Eva Klabin e o mundo que Brígida Baltar busca erigir em torno de si, que fala das  incertezas da subjetividade. Por isso ela cria imagens híbrida, pintadas com o pó de tijolo retirado de sua casa, que, ao sairem dos quadros, invadem as paredes da Fundação. O limite entre as coisas sutilmente se desfaz criando zonas de indiscernibilidade, que se torna o solo a partir do qual a artista constrói seu pensamento visual.

A intervenção de Brígida Baltar rompe com o ciclo de causalidade da representação clássica, que produz discernimento, e introduz zonas híbridas que confundem o olhar.

Marcio Doctors
Curador

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